11 de maio de 2007

Combinação

Admirar pessoas é uma delícia. Talvez por não ser algo que acontece sempre, talvez porque servem de referência, talvez porque é bom descobrir tesouros, talvez porque eu sou osso duro de roer.

É uma viagem.

É uma verdadeira viagem descobrir razões em pessoas pelo mundo para que se tenha motivos de achá-las "especiais".

Estou revisando o livro de Cury. Tem sido um trabalho árduo, porque tenho dedicado muito carinho e horas à tarefa - haja noites viradas, em meio a tantas outras ocupações -, mas tem sido maravilhoso. Nas primeiras páginas, na introdução que ele fez, estava lá meu nome, como "uma das escolhidas" para fazer parte deste processo. Eu babei meia hora em cima da puxação de saco que ele fez. É como o próprio falou em algumas páginas depois: Cury era fã convicto de uma banda e, belo dia, foi convidado a compô-la. Sobre o episódio, ele disse algo do tipo: "não há emoção maior"...

E não há mesmo.
Neste sentido, tenho vivido umas coisas realmente emocionantes, e não existe palavra que melhor defina a sensação.

Quando Cury decidiu que iria realmente pôr em prática o projeto do livro, eu fui e me ofereci. Ele foi e aceitou. Eu fui e fiquei sem nem como dizer. Ele foi e levou lá em casa, num envelope com meu nome, o impresso original. Eu fui e disse o quanto estava feliz por isso. Ele foi e me deu de presente um manual de redação fantástico. Eu fui e ainda estou indo em meio às histórias do meu querido Cury.

É uma coisa doida esta, de você conquistar a confiança e de sentir alguma reciprocidade de pessoas que você admira muito. Ricardo Cury é, talvez, mais osso duro de roer do que eu, mas sei que ele sabe o quanto o admiro, o quanto o acho fantástico. De todas as pessoas que conheci através de Angelo, ele é, de longe, o mais querido. E já ultrapassou a barreira de ser o amigo do namorado. Cury é sensato, honesto, sangue bom. Além de inteligente, bonito e instigante. Cury me deixa cheia de pulgas atrás da orelha e acho isso ótimo. Gente que desperta curiosidades é a melhor coisa do mundo. Estou infinitamente feliz por estar metendo meu dedo num projeto dele, mesmo ele dizendo lá no próprio livro que acha o meu trabalho uma bobagem...

Tem também a maior banda de rock da Bahia na atualidade. Sou fã confessa deles. Eu ouço e re-ouço as músicas e não canso. Poucas coisas são melhores do que Queda Livre e Gigante para meus ouvidos (e outras tantas mais...). Canto sempre como se fosse a primeira vez. Acho Fábio genial em suas composições e sempre soube quem ele era. E ele só soube quem eu era, e talvez nem lembre disso, quando, no fim do ano passado, o recebi para uma entrevista na TV. Junto com os outros três integrantes da Cascadura.

E, então, há uns meses, por caminhos que esta vida nos leva, Fábio e Thiaguinho me chamaram para fazer a assessoria de imprensa da banda. Era a minha mais pura explosão de felicidade, fazer parte desta equipe é uma realização que eu nem projetava. Mais que isso: conhecer os meninos mais a fundo tem sido incrível. Eu já nem sei dizer o quanto gosto e admiro eles. É demais. Fábio é foda. Fábio é um gentleman, cheio de idéias, cheio de histórias, cheio de qualidades: digno, batalhador, talentoso, atencioso. Thiago é a coisa mais querida do mundo. É um amuleto de boa energia, sua mente não pára e sua atitude perante a vida me inspira - e ainda me deixa hipnotizada. Candinho e Tiago Aziz ainda estão sendo descobertos, mas também são ótimos. Me sinto privilegiada ao extremo. Engraçado que, no meu aniversário, Fábio escreveu que me admirava... Bobo... Este papel é meu.

A história de "recompensa" mais forte, no entanto, vem de Alex. Porque Alex me deu um trabalho da porra. E porque eu sou a fã mais abestalhada que ele tem.

Foi assim: quando eu era colega de Arturo e Érica, entre nossas fofocas diárias, falamos de blog. Àquela altura, não era algo que todo mundo tinha. Mas eu tinha, Arturo também, e Érica decidiu que iria ter. Um dia, algum deles me apresentou ao LLL. Eu acho que foi Arturo, Arturo disse que foi Érica, mas eu acho que fui eu que mostrei Alex a ela... Enfim, não sei mais dizer quem mostrou a quem.

Acontece que, de mansinho, eu me apaixonei. Comecei lendo aqui e ali e, quando vi, estava viciada. Estou viciada há quatro anos. Leio sempre, tudo - menos as resenhas chatas de livros; não quero saber dos livros, quero saber dele mesmo e pronto. Vez ou outra, eu passei a comentar as escritas. Depois, pulei para os e-mails - e Alex não me dava a mínima, nunca respondia a nada. Eu não ligava muito, porque eu me sentia satisfeita por fazer minha parte. As argumentações de Alex me deixam admirada. Profundamente. Os textos das prisões são uma das coisas mais legais que já li na vida. Passei a citá-lo em minhas conversas. Passei a aprender com ele. Uma clara referência do que quero ser quando crescer - não tão pervertido e desmiolado, mas tão livre quanto... E, vejam só, belo dia, ele me respondeu. Me deu meia-bola. Monossilábico, mas deu sinal de vida. E até cedeu um de seus textos para o falecido NúmeroG, da falecida Letrasete.

Foi um avanço vê-lo publicar histórias de minha vida, que eu contava para ele com intimidade, em seu blog - cheio de disfarces, trocando nomes e endereços, eu só dava risada, esse Alex... Então ele me adicionou no msn. Quis saber mais de mim (só que Alex quer saber mais de todo mundo, ele é um compulsivo por histórias de gentes todas, isso não dizia muito).

Então, sei lá mais como, sei lá mais porquê, ele me concedeu confiança e me tomou como cúmplice de segredos e de publicações protegidas e de assessora de imprensa de seu trabalho. Não fomos muito à frente com a tarefa (apesar de eu estar disponível para qualquer uma que vier), mas demos passos largos na amizade.

Outro dia, ele me apresentou a Marcela, esta coisa de doido, pelo msn. Uma conversa a três. E disse: "quero ir a Salvador única e exclusivamente conhecer vocês duas". Marcela, não sei de você, mas eu me senti a mulher mais maravilhosa do mundo depois de ouvir isso. Alex está chegando e estou ansiosa pelas massagens nos meus pés. Poucas pessoas no mundo merecem tanto minha admiração quanto ele merece.

Voltando ao início: admirar pessoas é uma delícia. Admirar e ser admirada é sublime.

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P.S.: Quando fui contar a Arturo, toda feliz, o que Alex tinha dito sobre sua vinda a Salvador, Arturo me olhou com cara de desprezo... Pensei, sobre meu amigo que desdenha das coisas, "ih, lá vou eu levar bronca". E ele disse: "Paula, você é mesmo uma boba. Não sei porque você se maravilha com isso. Você é uma das pessoas mais interessantes que alguém pode conhecer, isto é absolutamente normal". Ai, meu Deus, eu amo Arturo mais que tudo.

Um comentário:

  1. Que coisa boa é essa de poder comentar aqui... dá uma ótima sensação de ser lido pelo autor e - mesmo que insignificantemente rápido - reter sua atenção.
    É, Paula, você tem toda razão a respeito das admirações. E, sabe duma coisa? Os seus "admirados" são todos "admiradores", o que apenas confere mais notoriedade a você (como se já não bastassem seus textos).
    É muito bom estar freqüentando isso aqui (é algo mais a agradecer a Fábio).

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